Solange Maria Soccol - Talian - Solange Maria Soccol
Solange Maria Soccol (ven, 03 lug 2009)Sou Vêneta Brasileira, nascida e criada em Serafina Corrêa, Rio Grande do Sul, Brasil, onde os costumes são riquíssimos de um material indefinido e precioso de cultura e tradições levadas pelos nossos antepassados. Onde tudo o que vive, ensina o passado a se fazer memória. Onde os casos, atividades, situações, histórias, usos, costumes, religiosidade e exemplos são um patrimônio comum elaborado ao longo de 143 anos de Imigração Italiana que delinearam os contornos de uma sociedade que se apresenta aos olhos do mundo como um mosaico multicolorido de raças, e que, no entanto, ocupa nitidamente a imagem viva e vivida de um passado que não é apenas lembrança ou melancolia, mas sim movimento, ação intelectual, resgate, respeito e identidade. O passado é presente e é futuro. O ponto de apoio da nossa gente simples que continua a viver com a mente fixa na manutenção de suas raízes de origem, identifica que nossa cultura não é uma simples fábula ou explicação de um dito popular, mas sim um todo específico em todas as categorias e formas de raciocínio: uma linguagem comum em cada expressão no que se refere ao conteúdo das lembranças, do aprendizado e da memória. O tempo que passei registrando nosso povo serve como síntese exemplar para definir os vários aspectos como realidade. Ser ou não ser é questão de querer. Manter uma tradição em todos os seus aspectos por tantos anos longe da Pátria de origem não é apenas conhecimento e sim sabedoria: é ser. Trabalhar para manter e amar essa tradição e senti-la como uma viagem dentro de nós mesmos é sinal que permite recontar as estações da vida. Tudo se sabe, porque viajar dentro de nós mesmos é revelação e querer. Agradeço aos nossos sábios descendentes de emigrantes todos os valores que puderam ser recuperados, a elaboração dos conceitos, definições e intercâmbios que puderam render útil cada minuto de pesquisa. Enquanto a ciência faz pesquisas olhando o horizonte possível, a vida nos obriga a repetir os gestos comuns e a aceitar os hábitos do dia-a-dia observando o horizonte real. O mundo, ou a Pátria Mãe, podem ou não aceitá-lo, podem mesmo continuar deixando de lado ou fazendo conta de não saber, mas existimos e somos uma comunidade. Acredito que a maior comunidade de emigrantes do norte italiano que soube manter vivos os costumes, tradições e língua. E batalhar por isso, vivendo a cada dia esse valor histórico que nos honra mais que as simples palavras. A entidade tempo e espaço não nos atingiu. Pode às vezes se apresentar amarga, (isso se pode sentir a viva voz em cada gravação feita no interior da Serra Gaúcha, algumas entre descendentes de Treviso, em Cerquilho-SP) mas permitiu construir um mundo de experiências coletivas, com um amálgama de sabedoria ‘contadina’. Não todo o material descrito contém data, nome do executor e cidade, pois algumas foram feitas quando fazia pesquisas para colocar no espaço ‘Ciàcole’ do Jornal ‘ O Serafinense’ (1993 a 2008), mas grande parte das execuções foram gravadas e registradas pela Associazione Culturale Internazionale Soraimar com o patrocínio da Regione Veneto e apoio do Governo do Estado do Rio Grande do Sul para todas as escolas e bibliotecas da Regione Vêneto- Itália. Podemos definir estas páginas como fragmentos que fizeram e fazem vidas. A nossa Língua, que é a nossa identidade, antes de tudo é “Patrimônio Imaterial do Estado do Rio Grande do Sul”, Lei nº 13.178 sancionada em 10 de junho de 2009 pela então Governadora Yeda Crusius, aprovando o Projeto da já conhecida ‘ Santola Del Talian’ – Madrinha do Talian, Sra. Silvana Covatti. Em 13 de novembro de 2009, Serafina Corrêa com a Lei nº2.615 do Sr. Prefeito Ademir Antonio Presotto, deu o chão para que pudéssemos andar e sentirmo-nos seguros: “"DISPÕE SOBRE A CO-OFICIALIZAÇÃO DA LÍNGUA DO TALIAN – VÊNETO BRASILEIRO, À LÍNGUA PORTUGUESA, NO MUNICÍPIO DE SERAFINA CORRÊA – RS." Até o momento única cidade que tem a Língua Taliam como co-oficial. Na esfera Federal, em 2010, o Decreto nº 7.387 que instituiu o Inventário das Diversidades Linguísticas como instrumento de identificação, documentação, reconhecimento e valorização das línguas que levam a referência à identidade, ação, memória de diferentes grupos que formam a sociedade brasileira, sob a gestão do Ministério da Cultura se tornou a LUZ para os descendentes de imigrantes italianos: no dia 18 de novembro de 2014, na cidade de Foz do Iguaçú-PR, o Presidente da FIBRA ( Federação das Associações Ítalo-Brasileiras do Rio Grande do Sul), Dr. Paulo José Massolini, recebeu do Ministério da Cultura, o tão esperado Certificado –inédito- que reconhece a LÍNGUA TALIAN como ‘ Referência Cultural’, a primeira língua de imigração a ser reconhecida. Podemos definir estas páginas como migalhas que fizeram e fazem vida. Páginas de luz que viveram por quase um século e meio entre palavras caladas e silêncios que hoje são nossas vozes. Recolher as palavras como ilhas e no todo chegar a um continente que se chama TALIAN: SERAFINA CORRÊA, agora CAPITAL NACIONAL DO TALIAN, CORAÇÃO do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Obrigada a todos. Luz! Solange Maria Soccol
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Mi son lA me ànima
Scolto la ose del tempo che
ciama...
Saràla bona de far sparir el dolor e tanti gropi?
Col sospiro sofegà, no son bona capir se el cuor se sgionfa o se svoda.
Me par che le ombre le se ga metesto come un cùcio intorno
e son gnanca bona saver se ze sera, matina o mesdì.
No so se le rose le se sfòia o se lì fora ghe ze foie
che qualchedun ze drio pestarghe dosso.
Mi, che savea el color de tute le staion,
son drio meter via te la memoria
par dopo capir se ze un giorno
de giugno
o se ze stà un spin che me ga spissigà.
Sì... Meto via, un pochetin a la volta come un archivio rento mi.
Prima el to soriso e le to man.
Dopo, el color de tuti i giorni che i ze stà come un aluvion de lusse.
Sì, son drio imparar cose nove...
Son drio imparar a capir e a sentir el respiro de la luna,
el fià de le stele rampicàe tel ciel,
la fiama del fogolar che se smorsa,
el odor de la erba bagnada de rugiada,
el tanto che gavea de fare no go mia bio tempo.
I me òci i piande, pian...
E lora, sento un mal che me toca
come un pugno sarà sul cuore dopo me sgrafa rento e,
dolse la se fa ala e ose che me dise:
Le ale le ga el color del sole,
de drio del campanil ghe ze na farfala giala mesa indormensà.
Sta ferma ti, co sti pensieri e no aver paura.
El silensio, par ti, ze na s-cianta
de poesia.
Meti via de memória i color, vanti che
vegna scur.
Ma no sta far gnanca tanto caso dei to òci che i se smorsa pian.
Dassa che i smarisse.
Andemo ti e mi,
strucade in amor,
tel sufion del ventoa impissar giornade,
darghe bianco ai muri, desbroiàr misèrie,
far fiorir pensieri,
desmissiar i sogni,
cantar de briscolon picole nina nane al tramonto.
Andemo ti e mi, spander caresse te le malinconie,
portar magnar che sa de bon a la fame,
infassar nuvole tei temporài,
incrosar le rassee
sonar campane te la lengoa
madre come fusse cansion.
Mi te traverso come un tunel che va vanti pian...
Son la to anima, sempre in viàio.
Prima che la lusse la se stue rento i to òci,
tien le me ale e giremo el mondo.
Saremo estasià e tuto de ti e de mi diventarà miràcol!
Ironía dea so fortuna
Par un mistero divín
Che ghe ga tocá a éa
“ Sole”, pian pianín
Zé drío diventare ceca.
So fiói Felipe e Gabriela
Ghe jiuta lésare e scrívare
E i amissimondoveneto
Ghe stemo vissín
Co´n abrasso streto
E un fior de gelsomin!
rz
Solange Maria Soccol – “Sole”
Serafina
Correa - Brasile