047 – A casa

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 Deus criou o homem e a mulher, mas estava muito mais inspirado, mostrando toda sabedoria, foi quando criou a criança.

 

 

 

Papai, quando bem novo, era o gerente geral do Armazém dos Mafras em Ana Matos, lugarejo no município de Antônio Dias. Um de seus auxiliares era o Durval.

 

 

         Sô Durval mudou-se para Fabriciano, montando um bar; antes casou-se com a irmã de papai, tia Sinhá; este bar funcionava vinte e quatro horas por dia e só se fechava na Sexta-feira Santa. 

         Acabando a construção da ferrovia na região de Ana Matos, a Vitória Minas, fechou-se o Armazém dos Mafras e papai foi trabalhar para o cunhado; depois de algum tempo, comprou a casa em frente ao bar, pois pretendia casar-se; pouco antes iniciou suas atividades numa venda própria e nela colocou um pouco de tudo: arroz, feijão, fumo, mortadela, toucinho, tecidos, seda chinesa e chitas, assim como chapéus, pregos e ferradura, etc., etc.; com o tempo virou um armazém: Armazém do Zé Franco.

 

A casa era composta da residência, um terço do imóvel, e da loja, que tinha um salão de vendas e, um pouco maior, o depósito. 

         A casa onde nasci e onde nascemos os seis primeiros filhos de papai e mamãe.

 

         As mercadorias para a loja vinham de trem. A estação tinha um grande depósito onde a gente ia buscar as encomendas; quando eram caixotes de madeira, quase não existiam caixas de papelão como hoje, os carroceiros pegavam - cada comerciante tinha seu carroceiro predileto - o Manézinho e o Joaquim levavam as mercadorias para papai

 

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