Os presentes de Natal eram simples, mas sempre presentes. Depois de muita expectativa, achava-os ao lado de nossos sapatos. Num Natal pedi ao Papai Noel uma piorra. Ganhei uma de metal, lata, toda colorida – depois de pouco uso enjoei dela. Gente, tocar piorra o dia todo não é mole não! Na surdina, larguei-a de lado.
Imaculada ganhava um presente a mais, da madrinha Dona Nilza, e o Sô Bento dava um para o José Maurício.
A gente escondia os sapatos, mamãe, com jeitinho, arrancava da gente onde os tínhamos escondidos – nem papai ficava sabendo, só falávamos para ela. Papai Noel descobria!
Lembro-me que estava admirando os brinquedos da loja do Zé Avelino e alguém me revelou a verdade sobre o Papai Noel. Fiquei muito decepcionado – gostaria de acreditar nele até hoje! Era
maravilhoso! Que saudade!
E por falar em piorra, havia em Fabriciano várias árvores que davam uma frutinha que a gente chamava de piorra. Só vi quando menino. E os meninos apanhavam no chão essas sementes e brincavam muito de colocá-las para rodar com dois dedos – neste caso, piorra é um pião pequeno que se faz girar com pressão exercida pelas pontas dos dedos.
Benedito Franco
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