Mamãe fazia doces para nós e para vender na loja ou na rua. Colocados em pedaços em um prato esmaltado ou de louça, o José Maurício e eu saíamos à rua para vendê-los – no Calado não havia padarias e muito menos confeitaria ou coisa parecida.
Ela aproveitava o mamão para uma infinidade de coisas: maduro in natura ou na salada; já o verde, refogava-o ou preparava-se os doces em calda, ralado, o “espelho” ou o cristalizado.
Quando se cortava um pé de mamão, o miolo do caule servia para o doce de mamão ralado. Dos mamãos pequenos, retirava-se o miolo, e com eles inteiros preparava-se um doce em calda e depois os enchia com doce de leite; tampados e imersos no doce de leite, durante mais de um mês, era uma maravilha: o maná dos deuses!
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