003 – Lalá

Imaculada, minha irmã, com seus três anos, era magérrima. Por isso mamãe e papai tinham um xodó especial com ela. Até levou, de papai, o apelido de Lalá, em homenagem ao magérrimo Lamartine Babo, conhecido como Lalá - compositor famoso de tantos carnavais e de inúmeros hinos de clubes de futebol - do Flamengo, Vasco, Fluminense, América etc.. 

 

  

 A madrinha, Dona Nilza do doutor Rubens, prometeu-lhe entregar, todos os dias, um litro de leite – promessa prometida e cumprida por longos anos.

            Eu presente, mamãe fritando batatinha numa frigideira grande, no fogão a lenha, e a Imaculada em pé, em cima da parte do fogão onde ficava a lenha e o fogo. Como toda criança, ela não se aquietava e acabou tropeçando num dos paus de lenha e foi cair com o bracinho dentro da frigideira com banha fervente. Levava-se o doente a pé para o hospital, pois não havia carro – de quando em vez, estando por perto uma carroça, era o meio mais rápido. Durante anos a pele de seu braço era um pouco fina e com manchas leves.

            Lembro-me vagamente do sufoco passado por mamãe e papai – deve ter sido terrível.

 

                        Benedito Franco

 

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